Como os carrosséis da minha infância,
Como uma roda gigante em movimento
Ou como a roda da vida, que gira, gira, sem parar!
‘Ao contrário do que dizem os poetas, amor acaba, sim. Não há nada de romântico nisso, apenas uma verdade pragmática e palpável. Se você tem apenas um copo d'água para beber, é bom saciar a sede antes de o copo ficar vazio. Às vezes apenas esse copo é suficiente, mas há ocasiões em que nem todos os mares do mundo podem acalmar seu coração. ’
Don Quijote De La Mancha. Deveríamos receber um na maternidade.
Quando o amor acaba, o monstro que estava escondido debaixo da cama acorda e domina rapidamente o momento.
Frases que nunca deveriam ter sido pensadas são pronunciadas vilmente.
Não se podem queimar etapas durante a vida e com as palavras acontece a mesma coisa.
Agora resta apenas não saber o que fazer.
E aqui dentro há uma dor sucessiva, uma tristeza que brota nos olhos.
Restam apenas corações vazios, porque no lugar daquele amor, sobrou muito pouco, ai necessidade de desprender-se soa cruel.
Durante a vida nos despedimos a todo tempo.
Mas sempre é doloroso esse ritual.
Abandonar o ursinho de pelúcia, desfazer-se daquela blusa que te acompanhou por tanto tempo, mas que agora não serve mais.
Mudamos a todo o momento, e com isso, despedimo-nos de nós mesmos pra renascer no instante seguinte.
Quero ter cumplicidade no momento final. Sem resistência. Nem reticências.
Entenda que não falo de fidelidade eterna. Peço apenas que sejamos inteiros.
Preciso ouvir um coração bater, um pulmão respirar e ter mãos pra afagar.
E acaso eu me emocione, despreocupe-se! Eu vou superar. Eu sempre supero.
Pois minha vida é uma peça de teatro, cada dia um novo capitulo.
E eu possuo um histórico de muitos recomeços.
Você também vai se emocionar com a morte dos nossos personagens.
Nesse momento, lembre-se que é apenas um ensaio.
Não ceda a tentação de soltar minha mão e esquecer.
Porque eu nunca esqueço.
Veja: a vida continua e se segue assim, imperfeita.